Sob os pés desta desdita está teu corpo
Aguardando que a terra o consuma.
Quantos palmos me separam do teu rosto,
Quanto tempo levará pra que eu descubra?
Já não sinto os meus dedos mutilados
Já não sei de quem é o sangue em minhas unhas
O perfume do teu corpo está mudado
Não recordo destas pálpebras tão fundas.
Tua pele está tão pálida e fria
Teus cabelos desprendendo em minhas mãos
Como é triste não sentir qualquer batida
No lugar que te pulsava um coração.
Inda sinto a maciez da tua boca
Inda posso encaixar-me em tuas curvas
Pra arrancar-te um abraço quanta força
Aceitar que esta vez será a última.
Eu não posso devolver-te para terra
Não foi esta e sim meus braços tua morada
Que minha morte me condene a dor eterna
Teu amor que era o dono da minha alma...
Vanessa Rodrigues
Como posso lhe dizer que não senti naquela noite,
Se gritei como uma louca sob o peso do seu corpo?
Instiguei o seu desejo, caprichando em minha pose,
Mas menti em cada close que lhe mostrou um novo gozo.
Como posso confessar que não consigo ser tão ágil,
Se há anos eu confirmo que senti todo o prazer?
E agora revelar que nosso amor tornou-se frágil,
Porque me envolvi no hábito de ter medo de dizer...
(Vanessa Rodrigues)
Quando meu corpo sente o seu chegar,
Quando seu ventre vem se aconchegar no meu,
Meus pelos se arrepiam entre os seus,
Seus gestos se confundem com os meus.
Quando a enlaço entre minhas coxas,
Quando minhas mãos percorrem suas curvas,
Toda sua alma se insinua,
Toda minha essência clama pela sua.
Quando meu ventre sente a sua força,
Quando minha boca fica louca por você,
Seus seios se arrepiam de prazer,
Meus gritos não mais sabem se conter...
(Vanessa Rodrigues)
Não toques os meus seios com teus seios,
Nem provoques minha boca com tua boca.
Afasta tua carne dos meus pelos,
Desfaze essa face de afoita.
Menina, não provoques minha essência
Que posso devorar tua castidade.
Não queiras me vencer por eloqüência,
Não tenho vocação pra santidade...
(Vanessa Rodrigues)