As horas não passam,
Arrastam-se nos meus passos
Tão cansados,
Marcados pelos amores traçados
Nos açoites somados,
Aos odores jorrados
Dos presentes retalhos
Em que os anseios transformaram com desdém.
Agora carrego acanhado
A bagagem de um triste passado
Que viveu sempre em mim acordado,
Revivendo o meu sofrido legado
Que, por mais que o tenha rejeitado,
Vive pulsando nos calos
Que ganhei, por ter sido escravo
Desse mundo onde não fui ninguém...
Vanessa Rodrigues
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