sábado, 4 de setembro de 2010

QUE QUERES DE MIM?


O que fazes nua em minha cama?
Queres enlouquecer-me com teu corpo de sereia,
Acaso não percebes que inteira sou profana
Ou és tão leviana que a mim te assemelhas?
O que tem tua língua que desliza entre minhas coxas
E me rouba o mel com tamanha voracidade?
Sinto-me engolida por tua boca
E essa pressa louca me enche de vontade...

Vanessa Rodrigues.

PARAÍSO


Cada curva do teu corpo é um paraíso
Intenso e preciso, moldado por mim.
Cada toque em tua pele, um arrepio,
Desejos contidos que anseiam emergir.


Dentre as coxas escondes um segredo
Que pulsa em meus dedos e me aquece a alma.
Minha língua desperta teus gemidos
Agora unidos ao cheiro que exalas...


No ventre carregas outros segredos:
Sabores e saberes que vou desvendar.
Teus seios saciam meus anseios,
Desejos sedentos de te devorar...

Vanessa Rodrigues.

INTACTA



Não toques os meus seios com teus seios,
Nem provoques minha boca com tua boca.
Afasta tua carne dos meus pelos,
Desfaze essa face de afoita.
Menina, não provoques minha essência
Que posso devorar tua castidade.
Não queiras me vencer por eloquência,
Não tenho vocação pra santidade...

Vanessa Rodrigues.

PROFANA


Eu me jogo em cada braço que se estende em minha frente,
Não rejeito carinho, tão pouco atenção.
Possuindo mil amores, de todos fui carente,
Ninguém se dá integralmente a quem ama em porção.
Eu parcelo meus momentos para serem digeridos,
Pois os vivo intensamente em cada ato, a todo instante,
Sufocando no meu peito os sofrimentos desmedidos,
Os pesando e comparando, qual me foi mais importante.
Eu me parto em mil mulheres, mas a todos satisfaço
E me fecho em segredos, esses que não se desvendam.
Eu me viro do avesso, mas não durmo sem afago
E me enlaço em cada laço, cobiçando sentimentos...

Vanessa Rodrigues.

CRIS


Acha que me basta, menina crisálida,
Que vou ficar intacta, como se fosse casta,
A espera de tua chegada?
Ah, essa chegada impávida.
Ah, menina safada,
Acaso não sabes que sou
Afoita, ávida, devassa...
Menina! Cuidado comigo! Que te deixo desfraldada,
Descabelada, desarrumada, descompensada.
Te abro como um leque,
Te deixo inerte com febre,
Te esquento como uma lareira,
Te como inteira,
Te prendo como teia.
Ah, minha, menina minha,
Cristalina alma,
Crisografada em meu peito,
Crisólita preciosa,
Cristal,
Crisol,
Cris,
Ah, Cris!!!

Vanessa Rodrigues.