domingo, 27 de outubro de 2019
AO MUNDO
Eu não sou este ente inconsciente,
Dependente dos feitos crescentes
E inconsequentemente incoerentes
De deixar o mundo lotado de seres inanimados
Fantasiados em seus momentos solitários
Desejosos de serem confortados
Por deusas e deuses imaginários
Dentro de suas mentes pequenas
De se verem como consequência
Do que chamam de feito maior.
Eu não sou pertinente as suas crenças poluentes
Que tolhem seus pensamentos descrentes
De viverem livremente
Em um mundo que justamente
Foi criado por mim
E por aqueles que como eu
Sabem-se mais que perfeitos
Soberanos aos imperfeitos
Seres desumanos que são.
Eu não vivo na demente vontade
De viver como bicho regrado
Submisso ao Senhor de um legado
Exposto em epístolas
Descritas na fé que nos foi empurrada
Por uma classe soberba, avarenta e ultrapassada
Sem feitos e nada para dar.
Eu não sou descendente da cruz
Nem dos espinhos das fábulas,
Não vivo de fatos traçados
Em documentos forjados
Por aqueles que nos querem escravos
Dos altares erguidos em estábulos
Pagando impostos a preço importado
Nos 10 % suados
De um dizimo furtado
Sob pressão de um povo enclausurado
Ao medo de ser rejeitado
Pelo dono do reino encantado
Pousado nas nuvens de algodão,
Para que seus portões estejam abertos
Para seus clamores de crentes
Repletos de despautérios incongruentes
Desses crédulos inocentes
Que vivem dementes e indecentemente
Exaltando poderes inerentes de curas
De suas obscuras facetas
De serem homens e estrelas
Dos jovens e das ovelhas
A todo tempo enganados.
Eu não coabito com seus desejos de Guerra
De primórdios de novas Eras
Traçada na crença
Do ente que se diz pagão
Inerte da imperfeição do Mundo
Que outrora não foi assim.
Eu não conchavo a desunião
Tão pouco vivo na mendigação
Desses que podem, no entanto não vão
À luta sem armas não mão.
Eu carrego no peito um coração
Que bate sem se ater ao $
Que gera o resto na nação
Que deixou de ser torrão
Para viver como cão,
Sedenta de mutilação
Daqueles que chamaram irmão
E agora em nome da religião
Tornaram-se sarnentos
Incrédulos azarentos.
Pois saibam que estes que chamam malditos
Serão santificados por seus herdeiros
Cansados de serem enganados
Por seus deuses lunáticos
Cheios de atos escárnios
Que outrora foram pregados
E agora serão enterrados
Em buracos tapados
Com pedras e derivados
Pra que ninguém mais viva enganado
Triste e desamparado
Por aquele que hoje é passado
E não mais estará entre nós...
(Vanessa Rodrigues)
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