domingo, 11 de setembro de 2011

GRITOS IMPUROS



Sob os pés desta desdita está teu corpo
Aguardando que a terra o consuma.
Quantos palmos me separam do teu rosto,
Quanto tempo levará pra que eu descubra?

Já não sinto os meus dedos mutilados
Já não sei de quem é o sangue em minhas unhas
O perfume do teu corpo está mudado
Não recordo destas pálpebras tão fundas.

Tua pele está tão pálida e fria
Teus cabelos desprendendo em minhas mãos
Como é triste não sentir qualquer batida
No lugar que te pulsava um coração.

Inda sinto a maciez da tua boca
Inda posso encaixar-me em tuas curvas
Pra arrancar-te um abraço quanta força
Aceitar que esta vez será a última.

Eu não posso devolver-te para terra
Não foi esta e sim meus braços tua morada
Que minha morte me condene a dor eterna
Teu amor que era o dono da minha alma...

Vanessa Rodrigues

3 comentários:

  1. há uma alma que canta
    embora a voz triste
    ...


    Abraço carinhoso.

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  2. Olá Poetisa
    Perdoe só agora reparar na sua perda. No próximo dia 16 também faz um ano que perdi a minha Musa, Isabel Monteverde (Artista Maldito). A Vanessa é muito nova. A Vida há-de proporcionar-lhe ainda momentos bons.
    Hoje passei por aqui para lhe desejar um Feliz Aniversário.
    Beijinhos com ternura.
    António

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  3. Oi Vanessa, parabens por seu belo poema. Gostei muito de seu estilo!!

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