terça-feira, 9 de novembro de 2010

COITO ALTERNATIVO



Gosto quando ele me sente
De uma forma nem tão conveniente
E me faz submissa aos seus gestos machistas
Que de forma precisa devora-me as vísceras.


Gosto quando ele devasso me desmonta incauto
Ofegando-se, louco, tremulo e exausto
Despertando-me berros e gemidos impuros
Com os olhos vendados e o corpo sem rumo.


Gosto quando ele nu, me desnuda em prazer
Desvendando-me, certo de me ser importante
E se entrega em êxtase contemplando-me amante.


Gosto quando ele se impõe, e eu devo ceder
Entregando-me louca e suada para sentir delirante
Para vive-lo constante os infindos instantes...

Vanessa Rodrigues.

INDITOSA



Por trás desse rosto de anjo
Se esconde um ente profano
Que julga-se sobre-humano
Ao ver-se superior.
Por trás desses olhos azuis
Vive uma saga bandida
De alguém que viveu na surdina
Desdita e sem amor...

Vanessa Rodrigues.

REVELAÇÕES



Eu amo alguém que não vem me encontrar
Nem deixa o preço dos meus beijos sobre a cama
Não mata a cede do meu corpo que inflama
Na ânsia louca de sentir-se penetrar.


Eu amo um homem que não sente nos meus beijos
Os apelos de quem quer ser invadida
Os anseios envolvidos de saliva
Que a cada prisma se desvenda em segredos.


Eu amo certa de querê-lo eternamente
Não mais cliente dos meus sonhos de princesa
Nem tão demente de sabê-lo em realeza.


Eu amo presa aos preceitos que me vencem
De fazer-me transparente na soberba
E revive-lo em momentos de tristezas...

Vanessa Rodrigues.

SE EU SOUBESSE QUEM SOU



Ah, se eu soubesse quem sou...
Seria o fim desse eterno complô
Entre o mundo que me moldou
E aquele que quer brotar de mim.
Ah, se eu pudesse optar
Se a escolha fosse certa
Não mais sofreria com essa incerta opção
Em que me encontro presa.
Jorraria de mim a vadiagem
Sem pudores e libertinagem
Apenas a liberdade
Que nunca possuí...

Vanessa Rodrigues.

EU E MEU EU




Por tantos anos eu amei sozinha
Sentindo a minha pele
Acariciando meus seios
Pulsando em meus dedos
Que desvendei os meus segredos
Tornando-me parceira da minha excitação.
Por tantos anos vivi nessa prisão
Que não gozo senão na minha mão
E não gosto de amar em vão
A não ser que sua intenção
Seja dar-se na pretensão
De livrar-me da prisão
Para jorrar em outra mão que não a minha...

Vanessa Rodrigues.

MEU EU



Dentro de mim
Vive uma loba faminta
Feroz e lasciva
Desejosa de emergir
E dominar meus instintos passivos
Que por anos foram contidos
Por meu medo de sentir.


Dentro de mim
Há uma fera cativa
Que adormece reprimida
Pelos temores meus
De torná-la presente
E ver-me dependente
Desse ser impertinente
Que habita no meu Eu.

Vanessa Rodrigues.

LOUCURA II



Quero sentir o toque suave da escuridão
Na noite que enlaça a imensidão
Desses mistérios seus.
Quero viver no vão profundo
Do seu peito obscuro,
Que bate saudade e maldição.
Quero morrer na correnteza incontida
De sua verdade invertida
De viver uma vida que é minha,
Na esperança de vê-la tolhida
Por sua maldade excessiva,
De feitos envoltos de malícia
De um ser que não vive na vida,
Para viver na surdina
Da sombra esquecida
Que vive perdida,
Louca e lasciva,
Dentro de mim...

Vanessa Rodrigues.

ALUCINADOS



Meu corpo atende ao chamado,
De outro corpo alienado,
Em seus preceitos jorrados,
Na cara desse ser animado,
Contente de ser covardemente
Penetrado,
Com seus trejeitos
De mostro desordenado,
Sedento e incendiado
De desejo de ser saciado
Por meu corpo agora derrotado,
Por seu elemento ouriçado
Pronto para ter derramado
O sêmen dentro de mim.
Que agora brado molhada,
Puta e enlameada
De gozo e suor.
Com estaca na carne
E dedo no ventre
Gemendo contente
Galopando loucamente
Seu pênis
Pulsando no ventre
Chupando teu sêmen...


Vanessa Rodrigues.

PERFEIÇÃO



Ela tinha nos lábios um desejo incontrolável de saber
Sobre as mãos uma pele suave, suada, gotejante de prazer
Ela tinha ao seu lado outro corpo de tão raro alvorecer
E nas lembranças o mesmo instante que acabara de nascer.


Ela sentia outros seios nos seus seios e seus anseios saciados
Um outro corpo no seu corpo o mesmo corpo quase um sopro arrepiado
Aquele jogo a seduzia e lhe fazia enlouquecer
A mesma pele feminina essa igualdade de poder.


As suas curvas desnudas excediam a perfeição
Sua língua percorria um labirinto de infinita sensação
Era tanta afinidade, cumplicidade, necessidade de aprender
Que foram ao céu e ao inferno ao mesmo tempo extasiadas de prazer...


Vanessa Rodrigues.